Das minhas paixões
Tenho várias paixões, não é uma lista exagerada mas são as essenciais, as que me movem, as que fazem os olhos brilhar, as que me deixam com imenso entusiasmo e falo com fervor, as que fazem também sonhar.
Das várias paixões que tenho, saliento uma que quero que seja o meu futuro, falo de museologia.
Foi no secundário que fui à minha primeira exposição, na Gulbenkian, já não me lembro ao certo qual mas tenho na ideia uma obra de Helena Almeida, uma das suas famosas obras com o "pano azul", por assim dizer. Se tivesse que apontar um começo para esta paixão seria essa obra, que me ficou na memória.
Foi um mundo que descobri e que desde logo me identifiquei com ele.
Dois elementos essenciais na descoberta desta área dos museus e exposições, foram sem dúvida o grande professor de História da Cultura e das Artes, que tive no secundário, e a Fundação Calouste Gulbenkian.
Considero, a Gulbenkian, quase como uma segunda casa. Sinto-me bem, tranquila, as energias fluem, as ideias surgem e a certeza de que quero seguir a área dos museus como meu objectivo de vida adensa-se. É um espaço que carrega memórias boas e más, mas felizmente as boas são em maior número.
É engraçado como nos podemos sentir tão bem num espaço que no fundo não é "nosso", no sentido de não ter nenhum pertence físico e de não ser um espaço pessoal, como por exemplo o quarto, mas é também curioso como os espaços podem acarretar uma energia que parece muito pessoal, como se sempre tivesse pertencido àquele sítio.
E assim, o meu sonho é poder um dia trabalhar num museu, vaguear pelas exposições, coordenar tudo o que envolve o mesmo, sentir que contribuo para o desenvolvimento pessoal dos visitantes (sim, acredito que os museus desenvolvem muito uma pessoa e contribuem em tudo de bom para a promoção intelectual), talvez até fazer a diferença na vida de alguém, despertar sentimentos, abrir horizontes e dar a conhecer novos mundos.
"Estas paixões" são as melhores, são do melhor tipo... aquelas que quase nos põem lágrimas nos olhos pelo entusiasmo ser tanto, por ser algo tão forte e significativo na vida.